2011-05-16

Qualidade e Velocidade da Internet

May 16, 2011
by Ponto Final Macau

Stephanie Lai
http://pontofinalmacau.wordpress.com/

Um grupo de jovens organizou a primeira ‘flash mob’ contra a CTM e prepara outra concentração espontânea para amanhã. Deitados de cara contra ao chão, queixam-se do preço e da velocidade da Internet. Os pro-democratas também.


Da rede para fora da rede. Um grupo de cibernautas de Macau, que formaram uma plataforma no Facebook contra a qualidade do serviço de Internet oferecido pela Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM), saiu do mural de queixas para as ruas da cidade. O movimento organizou uma ‘flash mob’ para protestar contra “os preços altos inaceitáveis” e a “velocidade lenta” com que o www chega aos computadores do território.

A acção espontânea (e organizada através da Internet) foi feita na semana passada, entre terça e quinta-feira: os manifestantes deslocaram-se, um por um, a vários pontos de venda da CTM, deitaram-se e, de testa colada ao chão, estarreceram à porta das lojas. As cenas foram fotografadas e estão a ser partilhadas no Facebook, com legendas onde se podem ler críticas à política de preços da operadora e à qualidade do serviço prestado.

As imagens foram já alvo de uma vasta onda de ‘gosto disto’. Até ontem, a página do grupo na rede social somava já 3766 ‘likes’ e uma popularidade crescente entre os jovens locais que, além de imagens, partilham o mesmo nível de insatisfação em relação à CTM.

Os criadores da plataforma declaram os princípios da ‘flash mob’ que passou despercebida aos media tradicionais. “Queremos apenas lembrar à fornecedora que opera em regime de monopólio, controla a qualidade e os preços do serviço, para não negligenciar as necessidades dos utilizadores da web.”

O grupo prepara-se para organizar outra ‘flash mob’ – prometem uma intervenção de 15 minutos – em frente do posto da CTM no Leal Senado. A escolha do dia para a próxima concentração relâmpago não será inocente: amanhã, 17 de Maio, Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade da Informação.

A primeira ‘flash mob’ contra a CTM foi inspirada numa dupla (bastante popular) de raparigas de Taiwan que se fotografaram nos mesmos propósitos: deitadas e de cara contra o chão. A diferença foi o cenário e as motivações. As jovens escolheram os locais mais turísticos de Taipé e Taichung e fizeram-no para dar a conhecer os lugares – e para se divertirem.

Jason Chao, presidente da Associação Novo Macau (ANM), aprecia “realmente a acção e iniciativa” dos cibernautas que se inspiraram no duo taiwanês para criticar a única empresa que distribui Internet pelo território. “Posso até juntar-me a eles, a título pessoal”, acrescenta. Os pro-democratas, explica, também têm uma actividade agendada: “Como membros da ANM vamos entregar uma carta à Direcção dos Serviços de Regulação de Telecomunicações (DSRT) no dia 16 [hoje] para apresentarmos as nossas questões em relação ao tarifário e à qualidade de serviço da operadora de Internet local”.

Em resposta, Tou Veng Keong, director da DSRT, reitera que a abertura do mercado a novas operadoras, a partir do próximo ano, poderá provocar uma redução nos preços e oferecer serviços melhores e mais diversificados. Jason Chao sugere que primeiro seja feito um inquérito para avaliar a satisfação dos residentes em relação à CTM e o Governo conseguir assim saber quais são as exigências que os utilizadores da web têm para as futuras operadoras.

“Na nossa carta, vamos fazer algumas comparações de preços, de acordo com a mesma velocidade oferecida, fornecidos em Hong Kong e no Continente”, adianta o presidente da AND. Os dados, especifica, mostram que “as tarifas locais são entre 20 a 30 por cento mais caras”. Um exemplo: “Em Hong Kong, paga-se apenas 190 dólares pelo pacote completo do serviço de fibra óptica. Em Macau custa quase 800 patacas”.

Jason Chao diz ainda que a CTM “não tem qualquer desculpa” para não oferecer uma Internet mais rápida aos cibernautas locais, sobretudo, destaca, quando a empresa conseguiu um lucro líquido de 800 milhões de patacas no ano passado, mais dez por cento do que em 2009.

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